Páginas

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Princípios Metodológicos da Geografia

O estudo da geografia deve obedecer às regras metodológicas dessa ciência. Os princípios científicos da Geografia que servem de base para sua pesquisa, ensino e estudo são:
1. PRINCIPIO DA EXTENSÃO: desenvolvido por Ratzel – localizar os fatos a serem estudados, mensuração ou medição do fato (área, tamanho) e quantificação dos fatos que requer intepletação de tabelas e gráficos. Esse princípio faz uso da interdisciplinaridade (cartografia, geodésia, estatística)
2. PRINCIPIO DA ANALOGIA – Ritter- necessidade de comparar os fatos para ver suas diferenças e semelhanças ;
3. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE – Humboldt – necessidade de estabelecer causas e consequências – uma geografia explicativa que procura estabelecer uma hierarquia entre causas e consequências dos fatos;
4. PRINCÍPIO DA CONEXIDADE – Brunhes – os fatos geográficos nunca ocorrem isoladamente – indica a necessidade de interligar os conhecimentos geográficos às ciências circunvisinhas (interdisciplinaridade – fundamental a geo moderna);
5. PRINCÍPIO DA ATIVIDADE – Brunhes – demonstra que os fatos geográficos estão em constante mutação e que seu entendimento depende de uma análise do passado para compreender o presente. – permite analisar as tendências de evolução dos fatos. Reconhecer o presente como um produto ou herança do passado e analisar as transformações ocorridas ao longo do tempo, constituem importantes bases da geografia moderna.

Disponível em:acienciageograficatoco.blogspot.com
Acesso em: 29/12/2010

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Fases do capitalismo

Definição
O capitalismo é um sistema econômico em que os meios de produção e distribuição são de propriedade privada e com fins lucrativos; decisões sobre oferta, demanda, preço, distribuição e investimentos não são feitos pelo governo, os lucros são distribuídos para os proprietários que investem em empresas e os salários são pagos aos trabalhadores pelas empresas.

Origens

Encontramos a origem do sistema capitalista na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Com o renascimento urbano e comercial dos séculos XIII e XIV, surgiu na Europa uma nova classe social: a burguesia. Esta nova classe social buscava o lucro através de atividades comerciais.

Neste contexto, surgem também os banqueiros e cambistas, cujos ganhos estavam relacionados ao dinheiro em circulação, numa economia que estava em pleno desenvolvimento. Historiadores e economistas identificam nesta burguesia, e também nos cambistas e banqueiros, ideais embrionários do sistema capitalista : lucro, acúmulo de riquezas, controle dos sistemas de produção e expansão dos negócios.
___________________________________________________________________
Primeira Fase: Capitalismo Comercial ou Pré-Capitalismo

Este período estende-se do século XVI ao XVIII. Inicia-se com as Grandes Navegações e Expansões Marítimas Européias, fase em que a burguesia mercante começa a buscar riquezas em outras terras fora da Europa. Os comerciantes e a nobreza estavam a procura de ouro, prata, especiarias e matérias-primas não encontradas em solo europeu. Estes comerciantes, financiados por reis e nobres, ao chegarem à América, por exemplo, vão começar um ciclo de exploração, cujo objetivo principal era o enriquecimento e o acúmulo de capital. Neste contexto, podemos identificar as seguintes características capitalistas : busca do lucros, uso de mão-de-obra assalariada, moeda substituindo o sistema de trocas, relações bancárias, fortalecimento do poder da burguesia e desigualdades sociais. Foi a fase da política mercantilista.

Mercantilismo

Podemos definir o mercantilismo como sendo a política econômica adotada na Europa durante o Antigo Regime. Como já dissemos, o governo absolutista interferia muito na economia dos países. O objetivo principal destes governos era alcançar o máximo possível de desenvolvimento econômico, através do acúmulo de riquezas. Quanto maior a quantidade de riquezas dentro de um reino, maior seria seu prestígio, poder e respeito internacional.

Podemos citar como principais características do sistema econômico mercantilista :

Metalismo : o ouro e a prata eram metais que deixavam uma nação muito rica e poderosa, portanto os governantes faziam de tudo para acumular estes metais. Além do comércio externo, que trazia moedas para a economia interna do país, a exploração de territórios conquistados era incentivada neste período. Foi dentro deste contexto histórico, que a Espanha explorou toneladas de ouro das sociedades indígenas da América como, por exemplo, os maias, incas e astecas.

Industrialização : o governo estimulava o desenvolvimento de indústrias em seus territórios. Como o produto industrializado era mais caro do que matérias-primas ou gêneros agrícolas, exportar manufaturados era certeza de bons lucros.

Protecionismo Alfandegário : os reis criavam impostos e taxas para evitar ao máximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular a indústria nacional e também evitar a saída de moedas para outros países.

Pacto Colonial : as colônias européias deveriam fazer comércio apenas com suas metrópoles. Era uma garantia de vender caro e comprar barato, obtendo ainda produtos não encontrados na Europa. Dentro deste contexto histórico ocorreu o ciclo econômico do açúcar no Brasil Colonial.

Balança Comercial Favorável: o esforço era para exportar mais do que importar, desta forma entraria mais moedas do que sairia, deixando o país em boa situação financeira.
______________________________________________________________________
Segunda Fase: Capitalismo Industrial

No século XVIII, a Europa passa por uma mudança significativa no que se refere ao sistema de produção. A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, fortalece o sistema capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras regiões do mundo. A Revolução Industrial modificou o sistema de produção, pois colocou a máquina para fazer o trabalho que antes era realizado pelos artesãos. O dono da fábrica conseguiu, desta forma, aumentar sua margem de lucro, pois a produção acontecia com mais rapidez. Se por um lado esta mudança trouxe benefícios ( queda no preço das mercadorias), por outro a população perdeu muito. O desemprego, baixos salários, péssimas condições de trabalho, poluição do ar e rios e acidentes nas máquinas foram problemas enfrentados pelos trabalhadores deste período.

O lucro ficava com o empresário que pagava um salário baixo pela mão-de-obra dos operários. As indústrias, utilizando máquinas à vapor, espalharam-se rapidamente pelos quatro cantos da Europa. O capitalismo ganhava um novo formato.

Muitos países europeus, no século XIX, começaram a incluir a Ásia e a África dentro deste sistema. Estes dois continentes foram explorados pelos europeus, dentro de um contexto conhecido como neocolonialismo. As populações destes continentes, foram dominadas a força e tiveram suas matérias-primas e riquezas exploradas pelos europeus. Eram também forçados a trabalharem em jazidas de minérios e a consumirem os produtos industrializados das fábricas européias.
_____________________________________________________________________
Terceira Fase: Capitalismo Monopolista-Financeiro

Iniciada no século XX, esta fase vai ter no sistema bancário, nas grandes corporações financeiras e no mercado globalizado as molas mestras de desenvolvimento. Podemos dizer que este período está em pleno funcionamento até os dias de hoje.

Grande parte dos lucros e do capital em circulação no mundo passa pelo sistema financeiro. A globalização permitiu as grandes corporações produzirem seus produtos em diversas partes do mundo, buscando a redução de custos. Estas empresas, dentro de uma economia de mercado, vendem estes produtos para vários países, mantendo um comércio ativo de grandes proporções. Os sistemas informatizados possibilitam a circulação e transferência de valores em tempo quase real. Apesar das indústrias e do comercio continuarem a lucrar muito dentro deste sistema, podemos dizer que os sistemas bancário e financeiro são aqueles que mais lucram e acumulam capitais dentro deste contexto econômico atual.
________________________________________________________________________
Quarta fase: Capitalismo Informacional

O conceito de Capitalismo informacional elege a tecnologia de informação como o paradigma das mudanças sociais que reestruturaram o modo de produção capitalista, a partir de 1980. Trata-se de uma teoria que observa a sociedade da virada do século XX para o século XXI, e assinala uma nova realidade de práticas sociais geradas pelas mudanças decorrentes da “revolução tecnológica concentrada nas tecnologias de informação”

Questões para reflexão

01-Comente sobre as origens do capitalismo.

02-Cite algumas características do Capitalismo Comercial (ou Pré-Capitalismo).

03-Explique o que foi o mercantilismo.

04-Cite e explique no mínimo duas das principais características do sistema econômico mercantilista.

05-Quais as modificações que a Revolução Industrial trouxe ao sistema capitalista.

06-Quais os problemas que a Revolução Industrial trouxe para a classe trabalhadora.

07-Quais as bases do Capitalismo Financeiro ou Monopolista?

08-Diga as mudanças provocadas pela globalização na fase do Capitalismo Financeiro ou Monopolista.

Referências bibliográficas
http://www.suapesquisa.com/capitalismo/ Acesso em: 27/12/2010
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo Acesso em: 28/12/2010
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo_informacional Acesso em: 14/01/2011

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Unidades Geoambientais do Ceará

Na evolução natural da paisagem, os elementos que compõem exercem, entre si, influências recíprocas, significando que a dinâmica existente em cada um deles é dependente de todos os demais. Eles se combinam e interagem de várias maneiras, permitindo a formação de cenários diferenciados, as Unidades Geoambientais.
A unidade geoambiental compreende uma unidade de paisagem que tem feições mais ou menos homogêneas, ocupando uma determinada porção da superfície terrestre, e revelando um conjunto de características físicas e bióticas próprias (sendo delimitadas e compreendidas de acordo com as características geológicas, geomorfológicas, climáticas, pedológicas, hidrográficas e formações vegetais, além das potencialidades naturais e limitações de uso).

UNIDADES GEOAMBIENTAIS COSTEIRAS
*Planícies Litorâneas - representam as feições de paisagem das faixas em contado ou próximas à beira-mar, constituídas por grandes proporções de sedimentos arenosos formando as praias e dunas, intercaladas por planícies fluviomarinhas quase sempre ocupadas por manguezais. Ocorrem sob condições climáticas subúmidas e semi-áridas, compostas por areias quartzosas e solos salinos dos manguezais. Destaca-se ainda a presença de falésias e lagoas intermitentes (lagoas interdunares). As planícies litorâneas representam áreas de ecossistemas instáveis, frágeis, em geral com fortes limitações para atividades agrícolas produtivas.

*Tabuleiros Pré-Litorâneos- referem-se às feições de paisagem das superfícies planas e suavemente onduladas, modeladas em sedimentos tércio- quartenários areno-argilosos e arenosos, revestidas por vegetação de caatinga arbóreo-arbustivo. Ocorrem sob condições climáticas semi-áridas e subumidas, e de solos Podzólicos Vermelho-amarelos e Areias quartzosas de baixa fertilidade natural. A hidrografia exibe cursos d`água intermitentes e subperenes e inúmeras lagoas perenes. Essas lagoas são alimentadas tanto por águas superficiais quanto, principalmente, por águas do lençol freático armazenado no interior dos depósitos sedimentares da Formação Barreiras. Devido à sua composição geológica (Formação Barreiras) e o relevo de fracos declives, essa unidade expressa um equilíbrio natural mais ou menos estável, considerando a sua ocupação racional com atividades agrícolas comerciais e de subsistência.


UNIDADES GEOAMBIENTAIS SERRANAS
Constituem as unidades de paisagem com altitudes variadas que aparecem contrastando com as superfícies aplainadas das depressões sertanejas. Representam as serras úmidas/subúmidas e semi-áridas, formadas de rochas do embasamento cristalino.
 Serras Úmidas são as mais altas (700 a 900m), beneficiadas por umidade elevada e temperaturas mais amenas. Isso ocorre principalmente nas vertentes voltadas para a leste (Barlavento) e nos topos, onde há também predominância de intemperismo químico, formação de solos profundos, vegetação natural de porte elevado (florestas), e hidrografia com presença de cursos d´ água de drenagem subperene. Nas partes voltadas para oeste (sotavento), as características ambientais revelam contrastes com a primeira: as chuvas são mais escassas, prevalece o intemperismo físico e formação de solos rasos com freqüência de afloramentos de rocha, desenvolve-se uma vegetação arbóreo/arbustivo (mata seca) e hidrografia formada por cursos d`água intermitentes.
 Serras semi-áridas ou serras secas de altitudes menores (400 a 700 m), com características ambientais semelhantes as vertentes de sotavento das serras úmidas, ou ainda com as depressões sertanejas. Predominam solos rasos e pouco profundos, vegetação de caatinga arbóreo/ arbustiva ou mata seca, além da hidrografia composta de cursos d´água intermitentes
UNIDADE GEOAMBIENTAIS PLANÁLTICAS
Abrangem os ambientes formados em áreas de superfícies planas tabulares ou em forma de cuesta, de constituição geológica sedimentar.
 Planaltos Sedimentares úmidos e subúmidos são representados pela Ibiapaba e Araripe, principalmente nas suas partes norte-orientais. A altitude condiciona umidade elevada, efeitos de chuvas orográficas, tornando as temperaturas mais amenas. Os solos são profundos, de baixa fertilidade natural, vegetação de floresta úmida, além de carrasco e cerradão, e hidrografia dotada de rios de escoamento subperene, presença de ressurgências (fontes de água), e cascatas que afloram e escoam na encostas.
 Planaltos sedimentares semi-áridos são representados pela porção sul da Ibiabapa e Chapada do Apodi. Embora possuam condições climáticas semi-áridas, verificam-se diferenciações entre essas duas unidades, em função das altitudes, os tipos das rochas sedimentares, além da vegetação e a posição geográfica. A parte correspondente à porção sul do planalto da Ibiabapa apresenta altitudes mais elevadas (600 a 900m), com predomínio de rochas areníticas, solos profundos areno-argilosos e arenosos, vegetação de carrasco e hidrografia com rios intermitentes.
Na chapada do Apodi, as altitudes são menores (100 a 200m), e sua características são a presença de cursos d´água intermitentes e de pouca freqüência, vegetação de caatinga e solos de alta fertilidade natural, formados a partir de rochas calcárias.

UNIDADES GEOAMBIENTAIS SERTANEJAS
Compõem o conjunto dos ambientes representado pelas depressões sertanejas desenvolvidas em rochas cristalinas sob forte influência de condições climáticas semi-áridas. Suas principais características se refletem pela predominância do intemperismo físico, elevada taxa de evaporação, formação de solos rasos e pouco profundos, às vezes salinos associados com terrenos pedregosos e afloramentos de rocha; vegetação de caatingas, com presença de cactáceas e outras espécies de plantas espinhosas; hidrografia com rios de drenagem intermitente, refletindo as condições climáticas e a inexistência de alimentação por água subterrânea.

UNIDADES GEOAMBIENTAIS FLUVIAIS
Representam ambientes de formação aluvial que surgem em unidades geoambientais maiores, exibindo cenários paisagísticos diferenciados. Suas características são: ambientes influenciados diretamente pela dinâmica das águas correntes (rios) que transportam e depositam sedimentos de diversos tamanhos e composição (argila, silte, areias e matéria orgânica), ao longo de suas margens. Possuem formação geológica recente (Quaternário), relevo plano, solos de alta fertilidade natural (aluviais), às vezes com inclusões de solos argilosos (vertissolos) ou ainda com solos de características salinas (planossolo solódico), vegetação de mata ribeirinha com carnaubal e formações herbáceas, ou ainda com penetração de vegetação de caatinga.
IMPORTANTE, Pense!!!!!
A metodologia, usada nas unidades geoambientais do Ceará é a mesma usada para os domínios morfoclimáticos do Brasil (Aziz Ab´saber), ou seja, as unidades geoambientais do Ceará também poderia ser chamado de domínios morfoclimáticos do Ceará, sem portanto perder seu significado. Quem iniciou esse trabalho no Ceará foi o Prof º Dr. Marcos nogueira de Souza (UECE),o qual foi aluno de Aziz Ab´saber. Outros nomes seguem essa linha de pesquisa como o Prof º Dr. Edson Vicente da Silva (Cacau), (UFC).

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
A conservação é atualmente definida como a utilização racional dos recursos naturais com o fim de se obter uma melhor qualidade de vida para o homem. A utilização racional implica em preocupação com as necessidades humanas atuais e futuras (isso, que é desenvolvimento sustentável?). Compreende às vezes, a não utilização de certos recursos naturais, se estes se tornam escassos e se sua preservação for importante para o equilíbrio do meio ambiente.
O Ceará apresenta uma grande biodiversidade. Para preservar este patrimônio natural, formado por paisagens de excepcional beleza paisagística e outros recursos de valor não biológico de fundamental importância para a vida, foram estabelecidas diversas áreas de proteção denominadas de Unidades de Conservação. Possuem 41 unidades no Ceará.
As Unidades de podem ser:
Unidades de Conservação de uso indireto: São as unidades onde não é permitida a exploração dos seus recursos naturais de forma direta. Fazem parte desse grupo os Parques Nacionais e Estaduais, as Reservas Biológicas, as Reservas Ecológicas, as Estações Ecológicas e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural. (28 unidades)
Unidades de conservação de uso direto: São as unidades onde é permitido determinados tipos de atividades e de exploração dos recursos naturais, desde que sejam utilizada técnicas de manejo adequadas. São as Floresta Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e as Reservas Ecológicas Particulares. São em número de 13 unidades.

Este trabalho é de autoria de um professor da UECE
Powered By Blogger